Gosto da solidão.
Ou melhor, gosto do silêncio da solidão.
Silêncio que desnuda as pessoas.
Silêncio que faz florescer a impiedosa verdade de cada um.
Silêncio que não dá lugar a mentiras, onde cada um vê e conversa com sua própria essência.
E, como o reflexo de um espelho, é único ao mostrar imperfeições que se disfarçam no dia a dia.
Involuntariamente, torna-se transparente.
A Lógica vira insensata; a insensatez encontra lógica; há respostas para todas as perguntas, assim como afloram novas questões que passam a urgir respostas.
Silêncio onde se transforma em réu e juiz de si mesmo.
No silêncio da solidão pensamentos e desejos conscientemente inibidos podem ser pensados, explodindo sem pudor.
O passado não querido é exposto e revivido sem piedade, e encontra-se as tardias soluções que poderiam tê-lo evitado.
O passado bem vivido é redescoberto com prazer, enfeitado com a vontade de vivê-lo novamente, intensamente, eternamente.
O futuro é sonhado com a perfeição dos deuses, construido com a esperança de que aconteça exatamente como no sonho sonhado.
No silêncio da solidão pode-se conviver a qualquer hora com as pessoas que estão dentro de nós.
Há o poder de escolher quem se quer ao seu lado.
Povoa seu espaço somente aquele a uem se permite.
Por isso as visitas são sempre bem vindas e faz-se desaparecer as companhias inoportunas. Ama-se quem se tem vontade; afasta-se a quem não se quer ver.
O silêncio da solidão é mágico.
Pode-se ouvi-lo ao mesmo tempo em que se ecutam as ondas batendo no mar, se observa um céu estrelado, em meio aos trovões e clarões de uma tempestade, ouvindo música suave ou simplesmente fechando os olhos e querendo estar com a sua verdade.
É ele que produz o som das emoções.
De repente, ouve-se soluços.
Risos brotam sem porquê.
As batidas do coração descompassam de acordo com o pensamento.
Gemidos e lamúrias podem ser entoados como mantras. Seu próprio silêncio é ouvido de maneira serena ou dolorosa, mas sempre incontestável.
Há quem diga que o silêncio amedronta, entristece.
É gente que não percebe a tênue linha que o separa da depressão.
É preciso aprender a não cruzá-la: lidar com a tristeza sem deixá-la apossar-se; passar a entendê-la apenas como um tempero inevitável, mas não o essencial da vida.
Leva-se tempo pra aprender, mas vale a pena.
Gosto de escrever no silêncio da solidão.
Gosto de ouvir o silêncio da minha solidão.
Gosto desse silêncio.
Coração, agora fica quieto. Quero ouvir o meu silêncio.
© Isabella Benicio Tedesco
(Presente da AL - PR)
Ou melhor, gosto do silêncio da solidão.
Silêncio que desnuda as pessoas.
Silêncio que faz florescer a impiedosa verdade de cada um.
Silêncio que não dá lugar a mentiras, onde cada um vê e conversa com sua própria essência.
E, como o reflexo de um espelho, é único ao mostrar imperfeições que se disfarçam no dia a dia.
Involuntariamente, torna-se transparente.
A Lógica vira insensata; a insensatez encontra lógica; há respostas para todas as perguntas, assim como afloram novas questões que passam a urgir respostas.
Silêncio onde se transforma em réu e juiz de si mesmo.
No silêncio da solidão pensamentos e desejos conscientemente inibidos podem ser pensados, explodindo sem pudor.
O passado não querido é exposto e revivido sem piedade, e encontra-se as tardias soluções que poderiam tê-lo evitado.
O passado bem vivido é redescoberto com prazer, enfeitado com a vontade de vivê-lo novamente, intensamente, eternamente.
O futuro é sonhado com a perfeição dos deuses, construido com a esperança de que aconteça exatamente como no sonho sonhado.
No silêncio da solidão pode-se conviver a qualquer hora com as pessoas que estão dentro de nós.
Há o poder de escolher quem se quer ao seu lado.
Povoa seu espaço somente aquele a uem se permite.
Por isso as visitas são sempre bem vindas e faz-se desaparecer as companhias inoportunas. Ama-se quem se tem vontade; afasta-se a quem não se quer ver.
O silêncio da solidão é mágico.
Pode-se ouvi-lo ao mesmo tempo em que se ecutam as ondas batendo no mar, se observa um céu estrelado, em meio aos trovões e clarões de uma tempestade, ouvindo música suave ou simplesmente fechando os olhos e querendo estar com a sua verdade.
É ele que produz o som das emoções.
De repente, ouve-se soluços.
Risos brotam sem porquê.
As batidas do coração descompassam de acordo com o pensamento.
Gemidos e lamúrias podem ser entoados como mantras. Seu próprio silêncio é ouvido de maneira serena ou dolorosa, mas sempre incontestável.
Há quem diga que o silêncio amedronta, entristece.
É gente que não percebe a tênue linha que o separa da depressão.
É preciso aprender a não cruzá-la: lidar com a tristeza sem deixá-la apossar-se; passar a entendê-la apenas como um tempero inevitável, mas não o essencial da vida.
Leva-se tempo pra aprender, mas vale a pena.
Gosto de escrever no silêncio da solidão.
Gosto de ouvir o silêncio da minha solidão.
Gosto desse silêncio.
Coração, agora fica quieto. Quero ouvir o meu silêncio.
© Isabella Benicio Tedesco
(Presente da AL - PR)
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